quinta-feira, 22 de abril de 2021

 

Cárcere

“Pegaram seu filho nos fundos de seu quintal”, disseram pelo ‘Watsapp’ logo que cheguei em casa...

Naquele momento, antes que tomasse conhecimento dos fatos, adentravam por minha sala e já me rendiam. Não entendia quem eram, mas parecia serem de algum órgão governamental. Saindo de outro cômodo, vi minha esposa algemada e conduzida para fora.

Em segundos estávamos nós três enfileirados e sendo conduzidos para dentro de um caminhão. “Outras pessoas também eram levadas”, pensei logo que vi vários soldados pelas ruas. Abordavam pessoas...

Me senti um criminoso sendo tratado daquele jeito...

Nos levaram para um local sujo, escuro e cheio de grades de ferro. Parecia com calabouços de filmes antigos. Vi alguns condenados circulando numa área próxima. Todos me olhavam com cara de mau.

Era como se fosse um animal chegando ao matadouro. Minha esposa e filho, já não sabia onde estavam. Só que estavam noutra galeria, e vivos...

Então entendi que não adiantava espernear e que o melhor a fazer seria aceitar, entender e planejar algo para que pudesse me ver livre daquilo. Só que não seria tão fácil encontrar um jeito de nos libertar daquela escravidão.

Era o que parecia. Éramos escravos de algo, de um sistema de corrupção, de uma maneira de viver que só favorecia a alguns e que muitos como nós, sofriam com as mordomias deles...

O motivo de estarmos naquele lugar, não sei! Talvez porque não fossemos submissos ao jeito de ser de muitos que viviam ali e só sobreviviam sujeitos a tudo e a todos e a imundície que permeava todo mundo.

Ou você entra na dança, ou é condicionado a viver enjaulado...

Às vezes era visto um salvador em meio a falcatruas e deliberadas formas de roubanças, mas era um simples fantoche que estava ali para nos ludibriar. Nos fazer acreditar que ainda havia uma saída, uma solução para podermos de novo, voltar a viver como pessoas de bem e dignas de respeito...

Então vim a saber que todo aquele que não se adequava ao novo sistema, era sujeito a enfrentar as consequências. Não quis saber qual era essa tal consequência. Então por acaso ou por obra do destino, fui apresentado a um afiado punhal...

Quem se atrevesse a me enfrentar e me forçar a algo, era golpeado até a morte. Descobriram que não podiam me ferir tão facilmente. Eu havia reagido e saído do estado de dormência e aceitação em que estava...

Como eu, havia muitos. E tristemente, estes, se entregaram a promessas enganosas e continuam nesta vida de escravidão ofertada. Ali naquela atitude de não se aceitar como um objeto, começa minha escalada de volta a sociedade superior e a busca pela liberdade de minha esposa e filho...

De um lugar onde a honestidade não seja apenas um meio de autopromoção, mas uma aliada na busca por melhorar a convivência em comum. Onde a dignidade é presente mesmo em meio a dificuldade...

Não sei se vou conseguir, mas já deixo de antemão a possibilidade de tirar vidas para me ver de volta...

Então num lúcido suspiro e em meio a boletos e notas promissórias, acordei. Vi minha esposa presa a lida do dia e meu filho ao trabalho. Com os olhos rasos d’água, pude sentir uma intensa descarga de raiva e revolta por não conseguir cumprir com os compromissos financeiros e que o risco de sermos despejados era iminente...

Mas havia descoberto que possuía um punhal e ele estava próximo...

Só precisava ser usado...

domingo, 29 de outubro de 2017

Sinópse

Pedro Quinnyss era um garoto muito tímido e comum até encontrar o olhar iluminado da pequena Vhicktória Niells. Este encontro proporcionou-lhes além de uma bela amizade a oportunidade de vivenciarem um novo mundo, repleto de momentos jamais imaginados onde descobririam um pouco de sua origem nada convencional. Com a ajuda e orientações do velho amigo Vô e de seus auxiliares G.J e Tim, os dois iniciam uma caminhada que os leva rumo a um futuro cheio de desafios, uma incansável batalha contra uma determinada força do mal e também muitas e alegres surpresas para eles e para aqueles que os cercam...

Junte-se a eles nesta incrível e inesperada aventura!...

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Vicktória

Ao enxergar seu primeiro e cativante olhar;
Senti algo penetrar minh‘alma,
De forma que parecia natural e certa,
Fui contaminado por sua essência!
Ou seria a minha que foi descoberta!?

Desde então minha visão foi dilatada,
Um universo de mistérios e situações místicas apareceu,
E na minha mais tenra inocência, jamais imaginado havia,
Que o portador de tais conhecimentos, seria eu!
O ser e o saber fariam de mim alguém que certamente seria,
Um divisor de águas!

Novos mundos a nós foi mostrado,
E incríveis aventuras, neles vivemos!
Mas apenas um momento em particular me enaltece,
E este é quando me atento a teus olhos,
E limpidamente me vejo neles!

Sentindo-me realizado por nossa necessária existência,
Agradeço por fazermos parte de tão sublime e fecunda prole!
Então me alegro pela certeza de saber; quem e o que sou!
Por tudo isto prostro-me a teus pés!
Ó minha amada de olhar celeste!

(declaração de Pedro à sua amada Vhick num futuro próximo)
inspirado na obra “Filhos de Lhuxxor”.
05/06/17 Itaúna MG                               
                                                                    “Sergio Torres”

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Eis um trecho da história...

   Aos poucos fui me acalmando, e percebendo que havia apenas sonhado e estava de volta a minha casa e a segurança de meu quarto, pois o ‘Raptor’ era meu aviãozinho e eu estava com certeza em meu quarto. Aquela experiência assustadora tinha sido apenas um sonho ruim. O ‘Raptor’ ainda continuava balançando muito. Movimentei meus olhos bem devagar procurando o que pudesse tê-lo balançado.
Não tinha ninguém no quarto, e estando a porta e a janela fechadas, não entendi porque ele se balançava tanto. Senti então o meu coração bater mais depressa, voltando a me lembrar do sonho. Respirei bem devagar e fiquei observando se tinha por acaso uma corrente de ar que pudesse ter entrado no quarto fazendo com que ele se balançasse, e ainda meio assustado olhei na direção da janela.
Engraçado, parecia que algo me puxava pra perto dela. Da cama dava para ver através do vidro, que os galhos das árvores estavam bem próximos da casa se movimentando bastante e esse movimento atraiu minha atenção. Então resolvi dar uma olhada mais de perto e meu coração acelerou mais ainda.
Levantei-me bem devagar com a intenção de me aproximar com muita calma da janela; neste momento depois do primeiro passo ouvi um ruído que mais se parecia um assopro muito forte, agora já não sentia meu coração, era como se eu estivesse pulsando inteiro, sentia o sangue circular nas minhas veias com muita velocidade. Continuei então a andar e no segundo passo um barulho mais forte ainda, um relâmpago que clareou todo o quarto e um trovão que fez todo o chão tremer.
Parecia que o céu se rasgava de um lado para o outro com a claridade de outro relâmpago silencioso. Então me senti inspirado dar mais um passo. Agora outros dois estrondos viriam em seguida, o primeiro fez tremer a casa toda, o segundo parecia ainda mais forte que os outros e gelei por inteiro. No momento daquele terceiro estrondo, senti o chão sair de baixo de meus pés, era como se a casa afundasse. As árvores continuavam balançando muito, e agora também um assovio intenso gerado pelas rajadas de vento.
   Parecia que havia muitas pessoas assoviando debaixo da janela e eu ouvia como se estas pessoas também conversassem todas ao mesmo tempo junto com aqueles vários ruídos da chuva que naquela hora começava a cair, e também dos ventos.
Eu estava obstinado e continuei a me aproximar da janela. Parece que quanto mais eu me aproximava dela, mais o tempo piorava. Era como se alguma coisa quisesse me impedir de chegar à janela. Então me iluminei com um sentimento de força e muita garra que não sei de onde veio. Fechei meus olhos e naquele instante que fiquei com os olhos fechados, uma voz surgiu dentro de mim, me enchendo de coragem, e dizendo:
“Pedro, seja forte! Você pode chegar lá, é só acreditar”.
Me senti bastante motivado por esta voz. Então continuei a caminhar e a cada passo, algo diferente acontecia. Desta vez a casa começou a tremer e os galhos das árvores começaram a arranhar os vidros da janela, aquelas vozes também ficaram mais fortes, a cama começou a se deslocar com o tremor da casa, meus brinquedos se espalharam por todo o quarto. Ao ver aquela desordem a meu lado, senti novamente o desejo de ir em frente, e continuei a me aproximar da janela.
Quando estava próximo de tocá-la senti por fim que meus pés começavam a afundar. Eu já não tinha forças para levantá-los e tirá-los do chão. A atração que sentia era maior e parecia que um furacão se aproximava e arrancava todas as casas próximas e todos os ruídos estavam muito, muito mais altos e as vozes agora diziam: “não, não, não”.  Tudo tremia, o barulho era horripilante e assustador...
   Neste momento Pedro para de narrar aquela história, olha para o pai que também o olhava atentamente com olhar bem firme e tranquilo, e depois de um breve silêncio continua:
– Papai!... Mesmo assustado e com coração batendo muito forte, eu não tive medo, a garra que senti naqueles caçadores de meu sonho, me fortaleceram. Estiquei-me ao máximo, pois não conseguia levantar ainda meus pés, e toquei então com a ponta de meus dedos, o pino do trinco da janela. Forcei mais um pouco e dava pra sentir que eu estava sendo engolido pelo chão e os ruídos aumentavam ainda mais e os tremores também.
O barulho que ouvia e sentia a minha volta, era ensurdecedor. Era como se aquele furacão, estivesse arrancado também a nossa casa, e a jogado em um redemoinho de vento. Aquela força que tentava me impedir de chegar à janela, ao se ver próxima de ser derrotada, queria se certificar que eu desistiria, mas... ela estava enganada. Continuei determinado e obstinado a abrir a janela.
Fui movendo o pino para um lado, e para o outro com a ponta dos dedos, e consegui segurar nele com apenas dois dedos. Mais não tinha força para puxá-lo, faltava algo, precisava de um impulso, uma ajuda. Então abaixei a cabeça, olhei para meus pés, e não os vi, pois já estavam completamente enterrados no piso do quarto. Fechei os olhos pensando como conseguiria mais forças.
O desejo dentro de mim era muito grande. Aquela força interior continuava a me abastecer de vontade e coragem, mas ainda era pouco. Eu não sabia onde conseguir mais energia. Em segundos uma imagem me veio à mente, algo muito claro, e reluzente; lembrei-me do que vi dentro do olhar de Vick, aquele brilho, aquela paz, aquela tranquilidade e confiança, era como se alguma coisa entrasse em mim através do olhar dela, por aquele brilho que havia visto, e sentido na tarde anterior.
Então desejei profundamente tê-la a minha frente, com aqueles olhos azuis que me encantaram. E aconteceu algo maravilhoso. Eu a vi em minha frente! Não era a imagem dela papai, mas o brilho era o mesmo. Era como se ela estivesse bem na minha frente e olhando pra mim com aquele olhar cheio de energia. Senti então, que não mais afundava.
Continuei com os olhos fechados e visualizando aquele brilho que vinha do olhar dela consegui segurar mais firme o trinco e com mais um pouco de força o movimentei lateralmente conseguindo destravar a janela abrindo-a de uma só vez...
Quando terminei de abri-la tive uma surpresa, ainda com os olhos fechados, continuei vislumbrando o olhar de Vick. E depois alguns segundos, aquela luz encantadora sumiu. Senti que meus pés, foram saindo de dentro do chão. Então os levantei e movi os dedos dos pés. Percebi então, que estavam sobre o chão. Abri os olhos e todo aquele barulho havia desaparecido. Nada tremia mais, levantei então a cabeça bem devagar e olhei para fora com aquele olhar desconfiado, tentando ver alguma coisa diferente.
Dei uma conferida em tudo a minha volta, e estava tudo tranquilo, tudo calmo, e só uma brisa bem suave que balançava os arbustos que ficavam afastados da casa. Eu havia me esquecido que não tínhamos nenhuma árvore próxima de nossa casa. E de onde veio àquela que arranhava constantemente o vidro da janela?

Meus brinquedos continuavam guardados em seus lugares. A cama não tinha saído de seu lugar, e estava tudo normal como se nada tivesse acontecido. Sem entender nada, comecei a observar todo detalhe, de tudo que podia ser visto de minha janela, a imagem era a mesma, a esquina perto da casa de Vick, o telhado das casas, além dos telhados bem mais ao fundo, o cafezal do seu Hikeda, e mais além o primeiro dos três montes da Montanha da Luz.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Roteiro básico da história.

Filhos de Luxxor, são pessoas que possuem em sua essência habilidades incomuns, digamos assim!
Eles fazem coisas que pra muitos são como poderes, mas não gostam desta denominação e preferem nomear tais poderes simplesmente como "habilidades".
Em determinada época  se viram obrigados a deixar seu planeta natal e enveredar rumo a um mundo novo.